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“Menino da Gamboa” e “Muros” vencem a Mostra Competitiva de Curtas do V FECIBA

Após sete dias de programação intensa, que abarcou oficinas, debates, workshop e muitos filmes – no total foram 38 curtas-metragens e 11 longas-metragens – a quinta edição do FECIBA – Festival de Cinema Baiano chegou ao fim neste sábado, 13 de Junho, no Cine Santa Clara, na cidade de Ilhéus. Durante a cerimônia de encerramento, foram anunciados os vencedores das categorias Voto Popular e Júri Técnico, pela Mostra Competitiva de Curtas.

Os grandes vencedores da noite foram os filmes “Menino da Gamboa”, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna, escolhido melhor filme pelo público e “Muros”, de Camele Queiroz e Fabrício Ramos, escolhido pelo trio de jurados composto por Edgard Navarro, Marialva Monteiro e Esmon Primo. As produções levaram o Troféu FECIBA e receberão os prêmios em dinheiro de R$3.000,00 (três mil reais) e R$ 2.000,00 (dois mil reais), respectivamente.

Confira abaixo todos os vencedores do Troféu FECIBA na Mostra Competitiva de Curtas:

Melhor Filme Júri Técnico – Muros

Melhor Filme Público – Menino da Gamboa

Melhor Direção – Luciana Lemos – SeteOito

Melhor Roteiro – Marcus Curvelo – Com fome no fim do mundo

Melhor Direção de Fotografia – Nicolas Hallet e Wallace Nogueira – Carranca

Melhor Direção de Arte – Renata Souto Maior – Antiok

Melhor Montagem – Ricardo Laranjeiras e Remo Albornoz – Balú

Melhor Desenho de Som – Artur Dias – Noite de Baile

Melhor Trilha Sonora – Guilherme Maia e Rodrigo Garcia – Mãe D’água

Melhor Ator – Luanzito Gusmão – Com fome no fim do mundo

Melhor Atriz – Sol Faganello – SeteOito / Cristiane Ferreira – Materno

Menção Honrosa – Boi Roubado – Pela importância do resgate de uma manifestação cultural em extinção.

SAIBA COMO FOI: Cenário do audiovisual na Bahia e no Brasil é pauta do último dia do V FECIBA

O sábado começou com uma discussão importante: qual o lugar do cinema brasileiro no ambiente escolar? O Workshop “Discutindo a Lei 13006/2013 – O cinema Brasileiro nas escolas”, que foi ministrado pela Profa. Dra. Inês Teixeira, tentou responder essa e outras questões sob a luz da referida lei, que foi recém aprovada, e obriga a exibição de, no mínimo, duas horas mensais de filmes nacionais nas escolas de Educação Básica.

Na sua fala, Inês apontou que o cinema ainda é usado como ferramenta de instrumentalização didática, suprindo a falta do professor em sala de aula e destacou, de maneira generalizada, a falta de preparo dos professores para trabalhar corretamente o material audiovisual. A ministrante afirmou, ainda, que a lei poderia ser ainda mais abrangente. “Sinto falta de todos os estágios do ensino presentes na lei, inclusive o superior. E por que somente as escolas? Poderíamos ter cinema nacional nas praças, nas filas, nas salas de espera, em todos os lugares possíveis. Só assim o público passará a reconhecer e dar valor às nossas produções”, completou.

A Mesa “Podemos” abriu a tarde colocando em pauta as políticas culturais e as novas formas de produção, distribuição e divulgação do audiovisual no estado. Participaram do debate Bertrand Duarte, diretor da DIMAS/FUNCEB – Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Gleiciara Ramos, representante institucional e da Frente de Formação e Produção da UCCBA – União de Cineclubes da Bahia e Ramon Coutinho, o produtor audiovisual e membro do CUAL – Coletivo Urgente de Audiovisual.   Victor Aziz, especialista em Audiovisual e diretor da NúProArt – Núcleo de Produções Artísticas mediou a discussão da mesa.

Atentos, realizadores, professores e estudantes eram maioria do público presente. O fomento a projetos culturais por editais públicos, a importância dos cineclubes na formação audiovisual, as formas alternativas de produção e os problemas enfrentados para fazer com que o cinema baiano e nacional chegue a cada vez mais pessoas, foram os assuntos mais abordados. “Ano que vem faz quarenta anos que eu comecei a fazer cinema. E é triste constatar que a maioria das pessoas não vai ter acesso aos meus filmes”, afirmou Edgard Navarro, que estava na plateia acompanhado a Mesa e logo em seguida, às 20h, após a premiação da Mostra Competitiva de Curtas, encerrou o V FECIBA com a exibição de “Talento demais”, pela Mostra Retrospectiva.

O V FECIBA, que de 07 a 13 de junho transformou Ilhéus na capital do cinema baiano, contou com o apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB)por meio do edital Setorial de Audiovisual vinculado ao Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e realização do NúProArt – Núcleo de Produções Artísticas e da Voo Audiovisual.